Relações Públicas na Web 2.0

postado por max delazeri On 9:13 AM
Na semana passada, conversei com o Relações Públicas Rodrigo Cogo sobre o tema: Web 2.0. Rodrigo é formando pela Universidade Federal de Santa Maria e foi o vencedor do Prêmio Opinião Pública pelo conjunto de trabalhos desenvolvidos na internet, no gerenciamento do portal Mundo das Relações Públicas no endereço www.mundorp.com.br , do boletim pela internet RP em Ação e da lista de discussão Mundo-RP no YahooGrupos.

segue ai a nossa conversa:


Max - Como a Internet alterou o trabalho de Relações Públicas? Quais seus benefícios e malefícios?

Rodrigo - A área de RP é um mercado crescente, na medida em que as economias e sociedades integram-se e intercambiam produtos e cultura e o consumidor passa a não enxergar muita diferença entre os bens e serviços. Estamos no Brasil ainda numa fase em que preço é o grande atrativo, mas chegaremos em breve num ponto em que a marca será decisiva na opção das pessoas. Uma marca é construída com base em bons relacionamentos, inclusive comunicativos, onde o RP tem total conhecimento de causa no sentido de personalizar, dirigir e ser eficiente em suas mensagens. Nenhum tipo de organização pode deixar este gerenciamento em mãos erradas, ou sequer fazê-lo, sob risco de sobrevivência. Pior ainda nestes tempos de grande integração entre as pessoas e organizações, via desenvolvimento sem precedentes nas telecomunicações e na informática, ai entrando todos os avanços obtidos pela criação, desenvolvimento e alastramento do acesso à internet.

Então, a internet transforma o trabalho do Relações Públicas porque potencializa o alcance de mensagens, fragilizando conceitos de imagem e reputação, ao mesmo tempo em que abre possibilidades imensas de estabelecimento de diálogo franco e aberto com os diversos públicos de interesse, conseguindo obter informações fundamentais para um (re)direcionamento das ações empresariais e institucionais tendo como foco as pessoas e seus efetivos interesses pessoais e coletivos num mundo sustentável. A internet coloca de maneira positiva e incisiva qualquer pessoa no poder de gerar informação e conhecimento e de difundir idéias com agilidade e baixos custos, e esta liberdade de expressão é salutar se aproveitada com responsabilidade. Como um espaço mediado de debate público, acaba por vezes afastando as pessoas do contato face-a-face, e com isto impessoalizando os processos, mas em geral mais viabiliza interfaces do que as subtrai ou boicota.






Max - Que ferramentas da internet podem ser utilizadas para fazer Relações Publicas?

Rodrigo - O que interessa mesmo na ação de relações públicas via internet não é o tipo de ferramenta, mas o motivo de se utilizar a ferramenta, ou seja o planejamento estratégico que define as interfaces principais de relacionamento. De toda maneira, entre as ferramentas hoje disponíveis estão o email, o website, a oferta de arquivos por FTP, as e-news, o chat, o blog, as comunidades nas redes sociais, o MSN, o patrocínio de espaços interativos, os sistemas wiki, a distribuição de conteúdo por áudio (podcast) e vídeo (tipo YouTube e similares).





Max - Como transformo o site da minha organização num canal eficiente de relações públicas?

Rodrigo - O site de uma organização é somente mais um ponto de contato com os públicos de interesse, dentre uma série de estratégias e instrumentos que o profissional de Relações Públicas precisa articular, on e off line, para atingir, com a mensagem certa, o perfil desejado de pessoas, provocando alguma atitude ou mudança de comportamento por meio do esclarecimento e do diálogo. Para um site ser um canal eficiente de RP deve conter as informações e os serviços requisitados pelo público-alvo do espaço, o que somente se pode ter conhecimento através de pesquisas prévias para formatação do conteúdo pretensamente ideal, ainda que não se dispense constante atualização.




Max - Há regras para o uso do e-mail em relações públicas? Nas mensagens, nos convites, lembretes, anúncios?

Ropdrigo - Há regras para uso de email para qualquer tipo de profissional, visando à uma comunicação direta, clara e de resultados, dentro de uma perspectiva de múltiplos pontos de atenção para que cada pessoa é estimulada cotidianamente. Não foge muito de regras gramaticais e de fluidez de texto de outros meios, mas se acirra no ambiente virtual a objetividade, na idéia de otimização de tempo, deixando links para complementar dados mediante o interesse do leitor.




Max - O blog pode ser considerado uma ferramenta indispensável para uma organização? Por que?

Rodrigo - Não acho que o blog seja considerada uma ferramenta indispensável para uma organização. Trata-se, outrossim, de um canal importante de estabelecimento de diálogo e de uma relação efetivamente transparente com vários públicos, dentro de um processo de posicionamento como empresa sustentável (ética, integrada). A abertura deste espaço precisa estar condicionada à uma postura prévia na organização no sentido de ouvir os públicos de interesse e em efetuar alterações na dinâmica empresarial a partir destes feedbacks. Do contrário, não há sentido em instalar um blog que não corresponda aos valores existentes da organização.





Max - De quando são os primeiros blogs corporativos? Com quem surgiu? E para que papel eles foram criados?

Rodrigo - EM OFF: Desconheço a resposta. Nunca estudei blogs corporativos - tenho o livro da relacoes publicas Carolina Terra, mas não tem sentido eu pesquisar para poder responder. Este tipo de pergunta é muito específica e eu não sou o mais indicado pra dar retorno a voces.





Max - O que preciso fazer para ter uma boa participação no meu blog, fazê-lo se destacar entre milhares de outros e utilizar todo o seu potencial como canal de relações públicas?

Rodrigo - Não possuo blog, mas tenho convicção de que há alguns pontos fundamentais para obter destaque num oceano de opções de fonte de informaçao e entretenimento semelhantes através da internet, e mesmo de pontos de atração da atenção fora da rede. Entre estes está o caráter inédito dos conteúdos ou da análise de conteúdos já existentes, a capacidade de interconexão com diferentes canais como complementação do argumento e a instauração de formatos diversificados de interatividade com a audiência, que precisa construir a qualidade da mensagem e do debate junto com o "gerenciador" original do blog. Só assim poderemos estar utilizando o blog como canal de RP, como canal portanto do estabelecimento de relações fortes, duradouras e de compartilhamento.





Max- Como medir resultados nas ações de RP pela Internet? Exemplos.

Rodrigo - A medição de resultados de trabalho de relações públicas via internet ainda é um tema bastante recente. Empresas já têm oferecido monitoramento de redes sociais, blogs e chats buscando a citação e a qualificação da citação sobre determinadas organizações, comparando com a concorrência e este formato é o mais convencional. Tudo depende, contudo, do tipo de ação de RP empreendido para poder delimitar que tipo de avaliação de resultado se pode estabelecer: podem ser monitorados o número de cadastramentos efetuados, o número de emails trocados sobre determinado assunto e o impacto desta troca nos canais convencionais de atendimento às pessoas como telefone, a clipagem eletrônica, as taxas de clique sobre os assuntos, o tempo de permanência de uma pessoa num site ou numa página específica, a indicação do site como "favorito" pelo visitante e as referências ao site em outros canais e assim sucessivamente.

1 Response to "Relações Públicas na Web 2.0"

  1. Gisele H. Said,

    Você entrevistou mesmo o cara? Bacana, parabéns pela iniciativa e perguntas!